terça-feira, 13 de agosto de 2013

Resenha: Coraline - Neil Gaiman


Sinopse:

A história de Coraline é de provocar calafrios. A narrativa dá muitas voltas e percorre longas distâncias, criando um ‘outro’ mundo onde todos os aspectos de vida são pervertidos e desvirtuados para o macabro. Ao mesmo tempo sutil e cruel, o autor gosta de desafiar as imagens simples dos livros infantis tradicionais. No livro, a jovem Coraline acaba de se mudar para um apartamento num prédio antigo. Seus vizinhos são velhinhos excêntricos e amáveis que não conseguem dizer seu nome do jeito certo, mas encorajam sua curiosidade e seu instinto de exploração. Em uma tarde chuvosa, a menina consegue abrir uma porta que sempre estivera trancada na sala de visitas de casa e descobre um caminho para um misterioso apartamento ‘vazio’ no quarto andar do prédio. Para sua surpresa, o apartamento não tem nada de desabitado, e ela fica cara a cara com duas criaturas que afirmam ser seus “outros” pais. Na verdade, aquele parece ser um “outro” mundo mágico atrás da porta. Lá, há brinquedos incríveis e vizinhos que nunca falam seu nome errado. Porém a menina logo percebe que aquele mundo é tão mortal quanto encantador e que terá de usar toda a sua inteligência para derrotar seus adversários.


Esta é uma obra do Neil Gaiman para o público infantil, quando terminei a leitura, pensei "What? Só se for para os filhos do Tim Burton". Poizé! 
Coraline é uma menina ativa, cujo maior divertimento é explorar. Mudou-se recentemente para um casarão antigo, dividido em 3 apartamentos; o de baixo era compartilhado por 2 idosas, as senhoritas Forcible e Spink, que na mocidade foram atrizes e só sabiam falar disso. No último apartamento, morava o velho louco que dizia estar preparando um circo de ratos. Nesse ambiente novo e inusitado, havia muita coisa para Coraline explorar. Seus pais não eram lá um exemplo de pais, dedicavam-se totalmente ao trabalho, sem dar muita atenção à Coraline. Tudo o que a menina queria era simples demais:  pais mais atenciosos, comida caseira sem frescurites e liberdade para escolher as roupas nas cores berrantes, rsrs. Ah, queria também que todos acertassem seu nome. É Coraline, não Caroline.

Numa de suas explorações pela casa, Coraline descobriu a porta. Seu erro foi não ter seguido o conselho dos ratos do velho louco, de que ela não deveria passar pela porta. A parede de tijolos que havia antes sumiu, dando lugar a um corredor escuro, como todo criança curiosa, mesmo podendo ser perigoso, Coraline foi adiante. O que encontrou do outro lado foi outro mundo, uma cópia sombria do seu. Deu logo de uma cara uma mulher que se apresentou como "a sua outra mãe", também havia "o seu outro pai", assim como havia "o outro velho louco" e um gato falante. Mas não era uma cópia fiel, como eu disse, era uma cópia sombria. No lugar dos olhos, as pessoas tinhas dois grandes botões pretos e sua outra mãe era branca como papel e tinhas unhas muito longas e afiadas. Esses pequenos detalhes já serviram para me deixar arrepiada, afinal, botão preto no lugar do olho é bem macabro, né?

Mas nem tudo era ruim desse lado. A outra mãe serviu um delicioso jantar caseiro, para a alegria de Coraline. Seus outros pais eram bastante atenciosos e ela ainda tinha um quarto pintado com cores berrantes e cheio de brinquedos que nunca vira igual; brinquedos com vida. Apesar de todos essas atrações, Coraline quis voltar para casa. Sua outra mãe disse que se ela quisesse poderia ficar para sempre com eles,  realizando seus desejos, só bastava costurar os botões na cara. A menina afinal tinha um pingo de juízo, negou e foi embora.

Depois de um acontecimento (prefiro não revelar, para não estragar a surpresa de quem vai ler), Coraline se vê obrigada a voltar ao mundo sombrio, descobrir mistérios, passar por tarefas e combater a outra mãe, que na realidade era uma megera. Algumas situações são arrepiantes, como quando ela vai ao porão sombrio e encontra uma figura toda deformada e inchada, em outro momento ela tem que pegar um objeto no meio de duas pessoas que estavam envolvidas em teias de aranha, como um casulo. Com tudo isso, Coraline mostrou ser uma menina muito corajosa, como a própria diz:

"Porque quando você tem medo e faz mesmo assim, isso é coragem" (p.59)

No final ainda há uma surpresa, mas tudo acaba bem.

O livro é bizarro, sombrio (até a capa é lindamente sombria) e, a princípio, pode até causar dúvidas se é mesmo para crianças. Eu acho que esse livro não é só para crianças. Os adultos podem ler sem preconceito e não devem subestimar um livro só porque ele é voltado para o público infantil. Livros como Coraline, O Pequeno Príncipe, não tem faixa etária de tão bons que são. É meio pesado esse tema do outro lado sombrio, essa história de costurar um botão no lugar do olho, mas também não subestimem as crianças. Quando pequena eu gostava de livros de terror e tenho uma cunhada de 13 anos que gosta muito também. Ela não gosta de ler, mas quando se trata de um bom livrinho de terror ela topa ler! 

Esse livro se torna atrativo e adequado para o público infantil devido à sua linguagem simples e objetiva, aos parágrafos curtos e à quantidade de diálogos. Convenhamos que é  mais fácil ler um livro com essas características. Livro muito descritivo (com mais descrições que ações) com parágrafos longos demais, com linguagem muito subjetiva costuma afastar um pouco a maioria das crianças. E além de tudo isso, tem algumas ilustrações.

Eu não julguei por ser um livro infantil e estava com grandes expectativas. Ainda bem que não me frustrei. Gostei tanto que já baixei a animação "Coraline e o Mundo Secreto" e pretendo comprar a graphic novel 




O "outro" Neil Gaiman hehehe




Um comentário:

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