Quem é você, Alasca? foi a primeira leitura de setembro. No dia 31 de agosto terminei a leitura de "Deixa Ela Entrar", livro maravilhoso, mas muito tenso, por isso, decidi começar setembro com um romance mais leve. Como nunca havia lido nada do John Green, o escritor do momento, comprei Quem é você, Alasca?.
Achei a capa linda e o título despertou bastante minha curiosidade.
O romance é sobre Miles e sua nova vida no colégio interno Culver Creek. Antes disso, ele vivia numa cidadezinha medíocre, com pessoas medíocres e percebeu que se continuasse ali, também se tornaria medíocre. Por isso, decidiu em busca do Grande Talvez. Miles era um adolescente bem inteligente, que tinha como hobby preferido ler biografias de grandes personalidades para saber quais foram suas últimas palavras. Ao saber das últimas palavras do poeta François Rabelais "Saio em busca de um Grande Talvez", Miles compreendeu que se ele não saísse em busca desse Grande Talvez, nada de significativo aconteceria em sua vida, por isso toma a decisão de sair da cidadezinha e ir para o colégio interno onde seu pai estudara. Achei muito bacana a atitude dele e acho que podemos tomar como exemplo. Não devemos nos conformar com o que não nos traz felicidade e satisfação pessoal, é preciso ir em busca de mudanças, de melhorias e só podemos mudar tomando a iniciativa.
Em Culver Creek, Miles faz seu primeiro amigo, Chip Martin, o Coronel, que também era seu colega de quarto. Lá conhece seu primeiro amor, a irreverente Alasca. Daí a explicação para o subtítulo: O primeiro amigo, o Coronel, o primeiro amor, Alasca, e as últimas palavras, o hobby do Miles.
Gostei da transformação do protagonista através da vivência na escola, Miles faz amizades e inimizades, tem namoricos, por influência dos amigos se torna fumante (o que não achei nada legal), começa a quebrar regras para se divertir, enfim, várias experiências vão moldando e transformando o protagonista.
O romance é dividido em Antes e Depois, com contagem regressiva que começa em "137 dias antes". Desde o início, sabemos que acontecerá algo muito impactante que será um divisor de águas na vida do Miles. E sabemos que esse divisor é a Alasca, é evidente. Adorei desse recurso do Antes e Depois (não lembro de ter lido outro livro assim), pois nossas expectativas vão aumentando, aumentando, aumentando...conforme a contagem regressiva vai acabando. Obviamente não contarei o que acontece, mas digo que eu não esperava, tinha uma leeeeve suspeita apenas. Gostei do ocorrido.
Agora preciso falar da Alasca. Que menina chata! É muito ruim quando não temos afinidade com os protagonistas, nada contra o Miles, mas a Alasca é beeeem chatonilda. Ela é uma menina popular, inteligente, crítica, leitora assídua, feminista, irreverente...e seria uma óóótima pessoa se não fosse tão explosiva e bipolar. Tão bipolar que até o Miles se cansava às vezes. E nada contra o feminismo, mas a Alasca me fazia perder a paciência, como no parte em que teve um chilique só porque o Coronel elogiou os seios de uma menina. Qual é o problema elogiar os atributos físicos de uma pessoa, desde que o faça com respeito? Ela fazia tempestade em copo d'água. É CLARO que como Miles é o narrador, vemos tudo através do olhar dele, talvez minha impressão sobre Alasca fosse um pouco diferente se o narrador fosse impessoal, em 3º pessoa. Em 1ª, é tudo muito subjetivo.
Falando em tempestade, há uma frase marcante do Miles:
Essa frase ilustra bem a diferença entre eles; Miles é tranquilo, retraído e Alasca, muito intensa. Todos os amigos de Miles era fumantes, mas o troféu de caipora vai para Alasca, fumava um atrás do outro e declarou para os meninos "Vocês fumam para saborear, eu fumo para morrer" /aloka!
O livro tem uma linguagem simples e objetiva, é narrado em primeira pessoa e provoca reflexão sobre um tema bastante profundo. Apesar disso, não me cativou, não morri de amores pelo livro. John Green é o autor badalado do momento, parece que todo mundo já leu alguma coisa dele, todo mundo lê e chora litros com "A culpa é das estrelas", mas eu não sou todo mundo e não sou obrigada a gostar do que todo mundo gosta! Parece que os fãs de JG não entendem isso...
O livro se encaixa no gênero YA (Young Adult), tem todos os ingredientes que o público desse gênero gosta. Livros YA com essa temática nunca são minha primeira opção de leitura, acho muito enfadonho e batido esse tema de jovem retraído que se apaixona por um popular e inatingível. Sem falar que achei muito chato as descrições dos trotes que eles faziam, dos raps que compunham. Se eu estivesse com 15 anos, acho que teria gostado. Mas o tempo passa, os gostos mudam e identificamos os gêneros e autores que realmente nos cativam.
Reconheço o valor do livro; o John Green escreve super bem, trata de temas bem atuais e universais, tem umas frases de efeito bacaninhas, há fatos bem imprevisíveis. JG construiu a narrativa de um jeito que pega todos de surpresa, enquanto estamos esperando uma sequência de fatos, ele inverte, deixando o leitor boquiaberto. Ponto pra ele!!!
Para quem gosta de YA, eu super recomendo. Mas se não gosta...é melhor ler o que te apraz. Lembrando que essa é a opinião de uma pessoa - me - que não é fã de YA! Eu não gosto, nem desgosto. Pego para ler após a leitura de um livro mais denso, pois o YA tem o poder de aliviar, é uma literatura leve, de consumo rápido. Eu fiquei tão tensa e impactada com minha leitura anterior, "Deixa Ela Entrar", que não pensei duas vezes ao pegar "Quem é você, Alasca?" para abrandar. Note que, embora eu não tenha gostado muito, eu ressaltei bastante tudo o que vi de qualidade no livro.
Ficha Técnica:
Título: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: Martins Fontes
Ano: 2010
Páginas: 226
Gostei da transformação do protagonista através da vivência na escola, Miles faz amizades e inimizades, tem namoricos, por influência dos amigos se torna fumante (o que não achei nada legal), começa a quebrar regras para se divertir, enfim, várias experiências vão moldando e transformando o protagonista.
O romance é dividido em Antes e Depois, com contagem regressiva que começa em "137 dias antes". Desde o início, sabemos que acontecerá algo muito impactante que será um divisor de águas na vida do Miles. E sabemos que esse divisor é a Alasca, é evidente. Adorei desse recurso do Antes e Depois (não lembro de ter lido outro livro assim), pois nossas expectativas vão aumentando, aumentando, aumentando...conforme a contagem regressiva vai acabando. Obviamente não contarei o que acontece, mas digo que eu não esperava, tinha uma leeeeve suspeita apenas. Gostei do ocorrido.
Agora preciso falar da Alasca. Que menina chata! É muito ruim quando não temos afinidade com os protagonistas, nada contra o Miles, mas a Alasca é beeeem chatonilda. Ela é uma menina popular, inteligente, crítica, leitora assídua, feminista, irreverente...e seria uma óóótima pessoa se não fosse tão explosiva e bipolar. Tão bipolar que até o Miles se cansava às vezes. E nada contra o feminismo, mas a Alasca me fazia perder a paciência, como no parte em que teve um chilique só porque o Coronel elogiou os seios de uma menina. Qual é o problema elogiar os atributos físicos de uma pessoa, desde que o faça com respeito? Ela fazia tempestade em copo d'água. É CLARO que como Miles é o narrador, vemos tudo através do olhar dele, talvez minha impressão sobre Alasca fosse um pouco diferente se o narrador fosse impessoal, em 3º pessoa. Em 1ª, é tudo muito subjetivo.
Falando em tempestade, há uma frase marcante do Miles:
"Se as pessoas fossem chuva, eu seria a garoa e ela, um furacão."
O livro tem uma linguagem simples e objetiva, é narrado em primeira pessoa e provoca reflexão sobre um tema bastante profundo. Apesar disso, não me cativou, não morri de amores pelo livro. John Green é o autor badalado do momento, parece que todo mundo já leu alguma coisa dele, todo mundo lê e chora litros com "A culpa é das estrelas", mas eu não sou todo mundo e não sou obrigada a gostar do que todo mundo gosta! Parece que os fãs de JG não entendem isso...
O livro se encaixa no gênero YA (Young Adult), tem todos os ingredientes que o público desse gênero gosta. Livros YA com essa temática nunca são minha primeira opção de leitura, acho muito enfadonho e batido esse tema de jovem retraído que se apaixona por um popular e inatingível. Sem falar que achei muito chato as descrições dos trotes que eles faziam, dos raps que compunham. Se eu estivesse com 15 anos, acho que teria gostado. Mas o tempo passa, os gostos mudam e identificamos os gêneros e autores que realmente nos cativam.
Reconheço o valor do livro; o John Green escreve super bem, trata de temas bem atuais e universais, tem umas frases de efeito bacaninhas, há fatos bem imprevisíveis. JG construiu a narrativa de um jeito que pega todos de surpresa, enquanto estamos esperando uma sequência de fatos, ele inverte, deixando o leitor boquiaberto. Ponto pra ele!!!
Para quem gosta de YA, eu super recomendo. Mas se não gosta...é melhor ler o que te apraz. Lembrando que essa é a opinião de uma pessoa - me - que não é fã de YA! Eu não gosto, nem desgosto. Pego para ler após a leitura de um livro mais denso, pois o YA tem o poder de aliviar, é uma literatura leve, de consumo rápido. Eu fiquei tão tensa e impactada com minha leitura anterior, "Deixa Ela Entrar", que não pensei duas vezes ao pegar "Quem é você, Alasca?" para abrandar. Note que, embora eu não tenha gostado muito, eu ressaltei bastante tudo o que vi de qualidade no livro.
Ficha Técnica:
Título: Quem é você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: Martins Fontes
Ano: 2010
Páginas: 226
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