sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O Guia dos Mochileiros das Galáxias

Recentemente comprei a coleção O Guia dos Mochileiros das Galáxias  numa super promoção do Submarino, cinco volumes por apenas R$ 24,90 uma bagatela! 



Sobre a qualidade do material, o que sempre suscita dúvidas na hora de comprar, posso dizer que me surpreendi, pois esperava um material beeeem ruim, capa super mole (tipo aquelas edições BestBolso), mas é bem melhor do que eu esperava. Apesar de a capa não ter orelha, não é mole, e as páginas são amareladas. Cuidado redobrado com esse tipo de livro sempre é bom, pois com uma queda pode amassá-lo fácil . Mas reclamar de quê, né? Pelo preço vale muiiiiiiiito a pena, o que deixa a desejar na qualidade do material, a qualidade do conteúdo compensa muito. 

A quem pode interessar? Se você gosta de ficção científica, curte séries e filmes como Star Trek, Star Wars e tudo mais que envolva o espaço, muito provavelmente amará essa série, assim como eu. Em alguns grupos de livros, vi críticas do tipo "´É muito louco", "É muito infantil", convenhamos que aqueles que leem romances açucarados de Nicholas Sparks; os picantes como 50 tons, Toda Sua, os de Autoajuda de Augusto Cury certamente não gostarão da saga dos Mochileiros. Não quero dizer que quem gosta de romances não pode gostar do gênero sci-fi, mas há leitores que só leem um gênero de livro, não gostam de se aventurar em outros gêneros. Então cuidado quando for pesquisar opiniões a respeito de livros, geralmente gosto de colher opiniões de pessoas ecléticas, que leem de tudo.

Um ponto muito positivo referente ao estilo do autor, Douglas Adams, é o apurado senso de humor e sarcasmo presente na obra. Eu ri muito com algumas situações HILÁRIAS e com o robozinho Marvin (amo droides! Que o diga R2-D2 e C3PO hehehe). Além de os livros serem fininhos (160 páginas cada um, aproximadamente) a leitura é deliciosa, dá pra ler rapidinho. Vamos ao enredo?

Imagine que um belo dia você acorda e descobre que há tratores em frente à sua casa para derrubá-la e no lugar dela construir um desvio. Pois esse é o drama inicial de Arthur Dent, protagonista da história. A casa não era muito bonita, mas era a casa dele e ele não deixaria ninguém demoli-la, mesmo que tivesse que se deitar na lama no jardim da casa, e foi o que ele fez.
Após uma discussão com o Sr. Prosser, operador do trator, Arthur Dent argumenta que ele nem ao menos foi avisado sobre a demolição, ficou sabendo apenas no dia anterior. O diálogo que se segue é simplesmente genial:

- O senhor teve um longo prazo a seu dispor para fazer quaisquer sugestões ou reclamações, como o senhor sabe - disse o Sr. Prosser.
- Um longo prazo? - exclamou Arthur. - Longo prazo? Eu só soube dessa história quando chegou um operário na minha casa ontem. Perguntei a ele se tinha vindo para lavar as janelas e ele respondeu que não, vinha para demolir a casa. É claro que não me disse isso logo. Claro que não. Primeiro lavou umas duas janelas e me cobrou cinco pratas. Depois é que me contou.
- Mas, Sr. Dent, o projeto estava à sua disposição na Secretaria de Obras há nove meses.
- Pois é. Assim que eu soube fui lá me informar, ontem à tarde. Vocês não se esforçaram muito para divulgar o projeto, não é verdade? Quer dizer, não chegaram a comunicar às pessoas nem nada.
- Mas o projeto estava em exposição…
- Em exposição? Tive que descer ao porão pra encontrar o projeto.
- É no porão que os projetos ficam em exposição.
- Com uma lanterna.
- Ah, provavelmente estava faltando luz.
- Faltavam as escadas, também.
- Mas, afinal, o senhor encontrou o projeto, não foi?
- Encontrei, sim - disse Arthur. – Estava em exibição no fundo de um arquivo trancado, jogado num banheiro fora de uso, cuja porta tinha a placa: Cuidado com o leopardo.
A partir desse trecho, que fica na página 15, passei a amar o livro <3 Está bem ilustrado nesse trecho que na politicagem não há transparência e esclarecimento para os cidadãos, quanto mais ignorantes e "no escuro", melhor para os interesses dos políticos.
Durante a greve de Dent contra os tratores, aparece seu amigo Ford Prefect, pedindo que o acompanhasse imediatamente até o bar porque tinha algo de suma importância pra lhe dizer.
Ford Prefect era nada mais nada menos que um alienígena de Betelgeuse, que estava há 15 anos na Terra, onde viera só para passar 2 semanas, mas acabou confinado aqui, sem conseguir voltar para o espaço. E o aviso de suma importância que pretendia dar a Dent era a Terra ia acabar dali a 15 minutos!
Não sem relutância, Dent o acompanhou, deixando acordado com o Sr. Prosser que ele não derrubaria sua casa. No bar, Ford revelou tudo para Arthur, que obviamente achou que o amigo estava louco. Os minutos se passaram e tudo ocorreu muito rápido: os tratores derrubaram a casa de Arthur Dent e uma grande espaçonave surgiu, para a perplexidade dos terráqueos. A nave pertencia aos Vogons, o povo mais desagradável das Galáxias e que nesse momento planejavam acabar com a Terra.


- Aqui fala Prostetnic Vogol Jeltz, do Conselho de Planejamento do Hiperespaço Galático – prosseguiu a voz – Como todos vocês certamente já sabem, os planos para desenvolvimento das regiões periféricas da Galáxia exigem a construção de uma via expressa hiperespacial que passa pelo seu sistema estelar e infelizmente seu planeta é um dos que terão de ser demolidos. O processo levará pouco menos de dois minutos terrestres. Obrigado.

O sistema de som voltou ao silêncio.
Um terror cego se apoderou de toda a população da Terra. (...) Instaurou-se então o pânico, uma vontade desesperada de fugir, só que não havia para onde.

Observando estes acontecimentos, os vogons ligaram o sistema de som outra vez:

- Essa surpresa é injustificável. Todos os planos do projeto, bem como a ordem de demolição, estão em exposição no seu departamento local, em Alfa-Centauri, há 50 anos dos seus anos terrestres. Portanto vocês tiveram muito tempo pra fazer uma reclamaçõ formal, e agora é tarde pra criar caso.
(...)A esta altura, alguém tinha conseguido ligar um transmissor de rádio, localizar uma freqüência e enviar uma mensagem às naves vogons, falando em nome do planeta. Ninguém jamais ouviu o que foi dito, apenas a resposta. A voz estava irritada:

- Como assim nunca estiveram em Alfa-Centauri? Caraca, humanidade, fica só a quatro anos luz daqui! Desculpe, mas se vocês não se dão ao trabalho de se interessar pelas questões locais, o problema é de vocês. Diabo de planeta apático. Não dá nem pra ter pena

Achei fantástico! A história começa com apenas uma casa sendo ameaçada, a casa do Arthur, os motivos que o Conselho alegou era a construção de um desvio e ainda disse que o tal projeto do desvio estava há meses exposto, o Arthur não tinha visto porque não quis. Ninguém estava se importando com o problema do Arthur, mas de repente....TODOS passaram a enfrentar o mesmo problema, aliás, pior ainda, porque além de perderem as suas casas, iriam morrer...e por qual motivo? Um bando de alienígenas resolver destruir a Terra para fazer um desvio hahaha.

Graças a Ford, Arthur foi o único terráqueo que conseguiu escapar da destruição da Terra. Ambos fugiram entrando na nave dos vogons. A partir daí, Arthur fica sabendo mais sobre seu estranho amigo e conhece o Guia dos Mochileiros das Galáxias, uma espécie de enciclopédia sobre tudo. Ford era uma mochileiro, viajava pelo espaço de carona para conhecer outros planetas e povos e assim coletar informações para o Guia dos Mochileiros. É interessante que, após 15 anos na Terra, Ford só agregou ao Guia a frase "Praticamente inofensiva", o que deixou Arthur com raiva, afinal seu planeta fora destruído e essa frase era a única herança no Guia.

Segundo Ford, há alguns itens indispensáveis para um mochileiro, e o mais importante é a toalha:

 "A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você -estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc, etc. Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.

Já ouviu falar do Dia da Toalha? Celebrado no dia 25 de Maio, também dia do Orgulho Nerd É uma homenagem a Douglas Adams, pelo legado que ele deixou ao universo nerd e também à primeira exibição no cinema de Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança, em 25 de Maio 1977. Haja comemoração nesse dia, né? Para celebrar devidamente, os nerds costumam passar o dia com uma toalha, não preciso nem explicar o motivo, não é mesmo? rs



Não vou contar mais sobre o enredo, senão esse post ficaria gigantesco e eu acabaria revelando toda a história. Basta saber que há MUITAS aventuras incríveis, inimagináveis e engraçadas. Há uma adaptção para cinema lançada em 2005, depois comentarei sobre ela. Meu intuito só foi apresentar essa coleção maravilhosa e deixar os leitores curiosos.

Adeus e obrigado pelos peixes! hahaha







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